Meus amigos eu peço licença para lhes pedir um pequeno favor: Leiam esta publicação mesmo ela sendo um pouquinho longa. Seguindo a nova linha ideológica do Blog trago um post que abrange também cidadania e um pouquinho de saúde.
O dia das crianças tá chegando e hoje passei no shopping para seguir nessa romaria que nós passamos em prol da alegria dos nossos filhos. E vendo tantos pais comprando um sem número de coisas para agradar seus filhos eu não pude deixar de pensar...
...meus filhos tem tanto! Tantos brinquedos, roupas e mimos que fica difícil saber exatamente o que eles tem. Sabe, dá um aperto no coração saber que muita coisa fica ali, parada na prateleira ou intocada no fundo de uma caixa ou gaveta.
Cada brinquedo não utilizado é como um livro nunca lido. Cada um desses mimos excessivos representa a alegria de outras tantas crianças que fica ali, também no fundo de uma gaveta de impossibilidades...

Falei ao meu filho Arthur: -Filho vc tem tantos brinquedos e nem usa muitos deles! O que vc acha de dar um pouco para outras crianças que não podem comprar?
Em uma resposta simples e honesta ele disse: -E eu vou ficar sem brinquedos?
Respondi que não, que ele ainda teria muitos brinquedos para brincar e que ainda ganharia um novo boneco.
Mas uma vez respondeu de maneira clara: - Mas esses brinquedos são todos meus!!! (Deixando estampada na cara sua insatisfação e nenhuma intenção de se desfazer de nenhum dos seus mais de 30 itens)
No excesso nossos filhos aprendem a desvalorizar o que tem. E no apego não aprendem a alegria de compartilhar da alegria de outros.
Meus sobrinhos Juliana e Victor colaboram com uma ONG que dá assistência a crianças carentes e já separei vários brinquedos do Arthur para dar (a exemplo do que já procuramos fazer no Natal).
Tenho um filho com necessidades especiais e passei muito tempo com ele em terapias ocupacionais, fono e fisioterapia. Todos os profissionais me orientaram a não apresentar diversos brinquedos ao mesmo tempo para uma mesma criança (especial ou não) pois isso divide a atenção dela e não dá chance para que ela explore sua imaginação e as possibilidades de cada brinquedo.
Brincar é coisa muito séria! Brincar é o primeiro estímulo para o desenvolvimento da mente infantil. As brincadeiras ensinam muito do que o cérebro irá realizar durante toda a vida. Mas brincar ensina principalmente valores e a sociabilidade.
Então eu peço, não, na verdade eu lhes imploro: pensem nos seus filhos mas não esqueçam dos filhos do outros. Lembrem-se que eles também merecem uma bola, uma pipa, uma boneca! Qualquer coisa que simbolize que somos todos iguais e que, em um mundo mais justo, há mais possibilidades na busca da felicidade.
Lembro que meu pai um dia me disse que em sua infância de curtas possibilidades ele pegava 4 palitos usados de fósforo e um chuchu e que aquilo era seu boizinho para brincar. A brincadeira durava pouco tempo pois o chuchu tinha de servir de alimento em seguida. Ele não verteu lágrimas enquanto me relatava essa parte de sua vida mas seus olhos deixaram escapar aquela tristeza de um menino pobre e descalço que só tinha sua imaginação para brincar...
Sinto muito pelo meu pai menino sem brinquedos.
Sinto profundamente pelas crianças paradas ao meu lado no semáforo brincando com latas vazias de refrigerante enquanto meu filho pula em pé numa caixa de brinquedos em casa.
Perdoem-me por não ser breve.
Mas eu queria deixar bem claro porque apresento finalmente meu pedido.
Doem parte dos brinquedos dos seus filhos. Aqueles que ele nem lembra que tem ou com mais de 30 dias que não são utilizados.
Procure alguém ou alguma instituição e faça uma pequena diferença na vida de uma criança.
Ainda dá tempo! Quarta-feira ainda está longe!
Obrigado por sua atenção. Feliz dia das crianças!
Alexandre H. Eller
PS - transmitam, compartilhem, marquem, curtam, sei lá! O que for preciso, mas por favor transmitam essa idéia a frente. Se vc pensar bem não custa nada, um clique e já foi! De repente seu coração pode ficar mais leve e uma criança ganhe presente inesperado nesta quarta...
O grupo solidário de coração tem uma página no facebookl e lá podemos encontrar um relação dos postos de coleta.
°Olá dr Alexandre, adorei ficou mais leve o blog...Mas deixei meu pensamento voltar ha uns 25 anos e com certeza, é tudo diferente, lógico eu não tive uma infância com limitações demais em relação a ter brinquedos, mas minha mãe sempre, desde que eu me conheço por gente, fazia do dia das crianças uma terapia, pois quando não me levava pra almoçar em um hospital com crianças com cancer, ou em orfanatos, ela me fazia trabalhar na véspera, sim trabalhava limpando meus brinquedos sujos que eu nem sabia onde andavam e roupas que não mais usava, pra depois fazer embalagens e levar as crianças, teve dias que achava minha mão uma ditadora e até uma maluca, mas logo isso se tornou parte de mim, escolher um brinquedo na loja?Nem pensar, ela fazia a famosa surpresa, que hoje em muitas familias não existe mais, as crianças acompanham os pais nas lojas as vezes recebem o dinheiro pra comprar, não acho que esse seja o real espirito da coisa, afinal, são crianças né? quando forem adultos e diferente, escolherei meu jeans, até meu carro...Existem sim situações que podemos mimar e dar "poder" aos baixinhos, mas no meu ponto de vista limitar é necessário....As vezes vejo crianças, que usam a solidariedade como moeda de troca, sim convivo muito com crianças, e tenho uma irmã por parte de pai, que é médica e trabalha muito, tem pouco tempo com o menino, ele tem 12 anos, e minha irmã diz, Lucas, você não usa mais tal coisa, vamos doar? Claro você ja comprou x? E assim, os valores estão se perdendo, sei que as vezes parece fácil falar né? Mas fazer, é muito melhor, dá sensação de dever cumprido.
ResponderExcluirObrigada pelo post, Tenha um ótimo dia.
Fernanda
Que excelente comentário Fernanda!!! Eu gosto muito dessa dinâmica do Blog. Ela permite que eu leia um comentário e fale: é exatamente disso que eu estou falando! E mais, dá a chance de alguém salientar outro aspecto do assunto como por exemplo a solidariedade como moeda de troca. Obrigado pela sua valorosa participação. Um grande abraço,
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