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sábado, 17 de dezembro de 2011
Fitoterapia / Valeriana officinalis
Convido a todos que padecem de dores crônicas e distúrbios do sono a visitar este link que pertence a uma pessoa corajosa emuito especial. Acrescento que a Valeriana tem vários estudos científicos internacionais sérios que comprovam sua eficácia e mecanismo de ação - Não é PLACEBO!
Fibromialgia - A dor que não cessa!: Fitoterapia / Valeriana officinalis: Olá pessoal, Este post não tem a pretensão de julgar a fitoterapia e nem a Valeriana, mas, mostrar aos leitores deste blog, minha pesqu...
Fibromialgia - A dor que não cessa!: Fitoterapia / Valeriana officinalis: Olá pessoal, Este post não tem a pretensão de julgar a fitoterapia e nem a Valeriana, mas, mostrar aos leitores deste blog, minha pesqu...
domingo, 11 de dezembro de 2011
Meu filho tem Síndrome de Down.
Meu filho tem Síndrome de Down...
Eu me lembro bem do momento do seu nascimento. Estávamos na sala de cirurgia, vinhamos realizando o pré-natal corretamente, esperávamos apenas o momento de seu nascimento mas ignorávamos sua condição genética. Muitas pessoas não sabem mas, estatisticamente, 10% dos casos de síndrome de down não são diagnosticados durante o pré-natal pois seus exames de rotina são aparentemente normais.
Estávamos lá, aguardando a nova vida como todos os pais aguardam. E já no primeiro instante vi seu rosto pequenino e tão singular...
Senti-me calmo, confesso. Tive preocupações mais práticas oriundas do conhecimento adquirido como médico. Haveriam problemas cardíacos? Corria meu filho algum risco à sua vida tão recente? Aguardei com tranquilidade o primeiro exame pediátrico e o segui até o berçário onde, em primeira abordagem, tudo parecia bem.
Segui para o quarto onde aguardavam meus familiares, com a incumbência de dar uma inesperada notícia. Confesso que em mim não havia tristeza naquele momento, mas sim um grande alívio por saber que meu filho não possuía problemas graves à sua saúde como tantas outras crianças possuem ao nascer com síndrome de Down.
Ao caminhar pelos corredores do hospital pensei nas inúmeras vezes em que portei as mais diversas notícias aos familiares de meus pacientes. Sempre busco ser humano nessas horas e dar o conforto aos meus semelhantes com carinho e tranquilidade. Mas pela primeira vez eu portava notícias para minha família e por mais que quisesse não poderia confortá-los como gostaria.
Andando fui pensando nas tantas coisas necessárias a essas crianças para seu desenvolvimento, havia tanto a ser feito. Havia tanto a ser aprendido...
Lembro-me que ao chegar no quarto encontrei meus pais e minhas irmãs. Estava tudo a meia luz e por um breve instante olhei para eles e soube que nos lembraríamos daquele momento para o resto de nossas vidas. Pedi a Deus que eles aceitassem o que eu iria dizer da melhor maneira possível.
Traquilamente eu disse: - Correu tudo bem. Ela está se recuperando da anestesia e o bebê passa bem. Está no berçário recebendo os primeiros cuidados. Tem peso normal e chorou ao nascer. Mas há uma condição que vocês precisam saber. (fiz uma breve pausa) O bebê tem síndrome de Down.
(e aguardei...)
Houve um pequeno silêncio. Vi meus pais com uma expressão que nunca havia visto antes em seus rostos. Não era tristeza, não era surpresa. Hoje penso naquela expressão como o momento em que se reorganizam as idéias e os sentimentos.
Uma de minhas irmãs chorou. E eu perguntei olhando para seus olhos marejados: - Por que choras? Não ouviu eu dizer tranquilamente que o bebê está bem e fora de risco? Está tudo bem, meu filho está vivo e tem Down. Será uma criança com necessidades especiais mas o importante é que neste momento ele está bem. Dei-lhe um sorriso e um abraço. Não sei porque não chorei com ela. Talvez o imenso amor que recebo de minha família tenha se tornado ainda mais forte e presente naquela noite. Sentia-me capaz, sabia que era um pai experiente mas aquela noite me devolveu a sensação de estar apenas no começo de um longo caminho.
Nada te prepara para esses momentos e não como dizer como você irá reagir.
Há os que sofrem declaradamente, há os que fingem que nada aconteceu. Decerto uma só verdade, todos mudaremos irrevogavelmente e não há um caminho fácil a ser percorrido.
Hoje já fazem 8 anos. Foram muitas sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Muitas consultas em diferentes especialidades e um aprendizado constante. Sempre vivendo o dia de hoje, a maior lição que aprendi com ele! E hoje foi um ótimo dia, pois está tudo bem!
Como todo pai guardo com carinho as lembranças de cada pequena conquista deste e de todos os meus filhos, que graças a Deus são muitas. Mas digo a todos com toda a calma que pai nenhum comemora a deficiência de um filho. Tampouco, nós pais de crianças com necessidades especiais, ignoramos essa realidade quando pedimos que nossos filhos sejam vistos com igualdade por todos. Só pedimos respeito e aceitação. Para que nossos filhos além de lutar para aprender a andar, falar e escrever, não tenham que lutar também contra uma declarada desigualdade de tratamento em um mundo que se denomina solidário mas muitas vezes apenas esconde sua pena e preconceito.
Eu tenho consciência de todas as limitações e potenciais do meu filho. Sei que pela lógica sua vida será mais breve que a minha, mas, por alguma razão que me escapa a total compreensão, sinto que ele é mais livre do que eu. Livre de preconceito, livre da maldade e de tantas outras preocupações banais que assolam o mundo saudável tão vazio que o cerca.
Filho, eu te amo.
Com amor papai.
Obs: Existe um livro muito interessante chamado "Cadê a Síndrome de Down que estava aqui? O gato comeu!". É o simples relato de um casal que também teve de usar de toda a sua criatividade e dedicação para que seu filho desenvolvesse todo seu potencial.
A literatura sobre síndrome de Down numa linguagem simples para os pais é escassa e seria uma ótima idéia que livros assim fossem disponibilizados para a compra no formato de ebook´s.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Aprovada a PEC da Saúde!

Com a PEC da Saúde, estados e municípios passarão a investir mais na saúde destinando minimamente 12% e 15% respectivamente de suas receitas. A União fica obrigada a investir todo o valor a cada ano não havendo qualquer forma de reserva ou acúmulo.
Mesmo não sendo aprovada a contribuição de 10% do PIB, o acréscimo do orçamento da saúde será de R$ 10 bilhões aproximadamente.
Há quem discorde sobre a maior participação dos estados e municípios. Mas devemos lembrar que haverá uma compensação para os mesmos no orçamento da Educação. Por outro lado várias são as despesas que não são consideradas gastos com a saúde e, portanto, não podem ser financiadas pelo novo orçamento. Entre elas pagamentos de salários, serviços prestados ao SUS e campanhas educativas em saúde.
Por fim, e não menos importante, foi rejeitada a criação da Contribuição Social para Saúde (CCS) - uma nova CPFM. Talvez não pelo excesso de consciência de nossos senadores mas sim pelo temor de terem suas imagens associadas a criação de uma nova carga tributária justo tão perto de um ano eleitoral...
Parece-me que entre interesses políticos e muita burocracia, pelo menos demos um passo adiante na área da saúde. Lamentamos que tal investimento não possa ser utilizado para melhorar a remuneração dos profissionais que nela atuam.
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