Em quase duas décadas de profissão atendi os mais diversos tipos de urgência das mais diversas gentes. Sustento com ética e muito orgulho a minha assistência ao próximo, sempre tentando prover o alívio e o conforto aos meus semelhantes.
Mesmo quando o ânimo nos falta! Quer pelas condições indignas para a prática da profissão, quer pelo mais simples e puro cansaço...
Mas, como médico, ao ver honorários muitas vezes inferiores ao valor de uma pizza por uma consulta, eu me pergunto:
Aonde está a sociedade tão consciente que vemos muitas vezes em mídias sociais ou na TV??? Aonde está a maturidade crítica de nossa cidadania???
A verdade é que ao consumir serviços por preços ridículos e indignos abrimos as portas para a queda da qualidade e para a prestação de serviços que somente serão lucrativos em caráter de produção em massa.
Já destruímos os profissionais da pedagogia e da segurança.
Agora o setor da saúde (médicos, dentistas, fisioterapêutas, fonaudiólogos, enfermeiros e afins) soçobra na lama da hipocrisia de uma sociedade consumista e omissa.
E, como pano de fundo, vemos a proliferação viral de cursos técnicos e superiores que gerarão os profissionais duvidosamente capacitados que venderão seus serviços a qualquer preço pela simples necessidade imposta pela sobrevivência econômica.
Ou pior, oferecerão produtos e serviços ineficazes visando apenas o lucro e a conquista do mercado. Transformando a sua Saúde em um simples negócio...
E você sofrerá as consequências disso...
Seus filhos, seus pais, irmãos e amigos também sofrerão...
Interessante é que não vislumbramos a OAB permitir que o mesmo ocorra com sua classe. Da mesma forma não vemos esse cenário na Magistratura.
Quanto mais fracas a entidades de classe, mais rápido o declínio da mesma.
Um Brasil mais rico não será um Brasil necessariamente melhor se o mesmo não for habitado por cidadãos verdadeiramente cônscios e ativos na sociedade que representam.
Segue o meu desejo, permeado de uma profunda preocupação, de um futuro mais sólido para meu país.
Meu nome é Alexandre Henrique Eller.
Sou médico. Minha esposa é dentista. Minha irmã é professora. Sou filho de bancários de origem humilde que venceram na vida pelo seu esforço e dedicação.
Fui criado para trabalhar tanto o quanto fosse preciso.
Contudo considero desonesta a absurda situação aonde um profissional (de qualquer área) tenha que trabalhar cada vez mais, cobrando cada vez menos para tentar sustentar sua família com dignidade e, nas poucas horas vagas que lhe restam, criar seus filhos, manter seu casamento e, quem sabe, buscar a felicidade.
Se você é médico, ou profissional da saúde, compartilhe esse texto ou escreva seu próprio. Escreva para seus representantes políticos e ao CFM. Mas não se cale!.. O silêncio é a pior das omissões!
Se você não é um profissional da saúde mas vive situação semelhante: faça o mesmo!
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