Meus caros amigos hoje trago um aspecto interessante da prática médica. Vez por outra somos surpreendidos por situações raras e inusitadas. A que hoje relato é certamente uma delas! Como de costume infomações foram omitidas por motivos éticos-legais.
Certa vez em um serviço de emergência um médico atendeu uma gestante para a realização de uma ultrassonografia. A paciente fora encaminhada por estar em gestação acima do 4º mês, exibir sangramento e sentido dores ritmadas em baixo ventre.
Como de praxe o médico realizou algumas perguntas sobre exames anteriores e sintomas e obteve respostas positivas sobre a realização de exames laboratoriais e ultrassonografias prévias constatando a gestação em curso de maneira normal. Era evidente a preocupação do casal em relação ao concepto vindouro.
No entanto, ao proceder ao exame o médico não constatou quaisquer sinais de gestação dentro do útero. Imediatamente, o profissional continuou o procedimento em busca de sinais de gestação ectópica (fora do útero). Tal situação poderia respresentar um risco grave a vida da paciente e deveria ser prontamente diagnosticada!
Contudo, nenhum outro resultado foi obtido a não ser a constatação de um exame ginecológico compatível com Ovários Micropolicísticos (recomendamos a leitura do post em nosso blog).
Preocupado o médico mostrou o exame para a paciente e seu acompanhante na tela do seu aparelho. Ao receber o notícia de que não havia qualquer sinal de gestação presente ou interrompida recentemente (nos últimos 30 dias), a paciente começou a sentir cólicas cadas vez mais fortes e seu acompanhante continuava a afirmar que os exames recentes (nos quais estava presente) demonstravam a gestação de mais de 4 meses.
Ao se retirar da sala de exame o médico soliticou que fossem resgatados no sistema de laudos todos os exames prévios do referido caso para formar uma opinião mais concreta. Estes revelaram uma surpreendente situação...
Nenhum exame laboratorial ou ultrassonográfico anterior havia sido positivo para gestação em curso. Ao contrário todos foram claros e específicos no sentido de corroborar o diagnóstico de Síndrome de Ovários Micropolicísticos.
Em certas situações o desejo de gestar provoca estados psicossomáticos de natureza conversiva. Em outras palavras, o desejo se manifesta no corpo da pessoa. Neste caso, o desejo foi tão intenso que a paciente exibia o abdome distendido e todos os sintomas relativos a uma gestação - isso se chama Pseudociese.
Mas em situações raras a psicose conversiva é partilhada pelo casal. Isto mesmo! O casal realiza consultas, exames e, ao receber informações contrárias ao seu desejo, elaboram uma fantasia mútua onde vêem, escutam e sentem. São capazes de ouvir os batimentos de um bebê que nunca existiu, sentir seus movimentos ao toque na barriga distendida, ter enjoos matinais. Tudo o que aconteceria numa gestação normal. A esta não frequente situação chamamos Folie des deux!
Espero que tenham apreciado a curiosa e surpreendente história.
Siga-nos no Twitter @alexandreheller
Nosso novo email saudebemsimples@gmail.com
Certa vez em um serviço de emergência um médico atendeu uma gestante para a realização de uma ultrassonografia. A paciente fora encaminhada por estar em gestação acima do 4º mês, exibir sangramento e sentido dores ritmadas em baixo ventre.
Como de praxe o médico realizou algumas perguntas sobre exames anteriores e sintomas e obteve respostas positivas sobre a realização de exames laboratoriais e ultrassonografias prévias constatando a gestação em curso de maneira normal. Era evidente a preocupação do casal em relação ao concepto vindouro.
No entanto, ao proceder ao exame o médico não constatou quaisquer sinais de gestação dentro do útero. Imediatamente, o profissional continuou o procedimento em busca de sinais de gestação ectópica (fora do útero). Tal situação poderia respresentar um risco grave a vida da paciente e deveria ser prontamente diagnosticada!
Contudo, nenhum outro resultado foi obtido a não ser a constatação de um exame ginecológico compatível com Ovários Micropolicísticos (recomendamos a leitura do post em nosso blog).
Preocupado o médico mostrou o exame para a paciente e seu acompanhante na tela do seu aparelho. Ao receber o notícia de que não havia qualquer sinal de gestação presente ou interrompida recentemente (nos últimos 30 dias), a paciente começou a sentir cólicas cadas vez mais fortes e seu acompanhante continuava a afirmar que os exames recentes (nos quais estava presente) demonstravam a gestação de mais de 4 meses.
Ao se retirar da sala de exame o médico soliticou que fossem resgatados no sistema de laudos todos os exames prévios do referido caso para formar uma opinião mais concreta. Estes revelaram uma surpreendente situação...
Nenhum exame laboratorial ou ultrassonográfico anterior havia sido positivo para gestação em curso. Ao contrário todos foram claros e específicos no sentido de corroborar o diagnóstico de Síndrome de Ovários Micropolicísticos.
Em certas situações o desejo de gestar provoca estados psicossomáticos de natureza conversiva. Em outras palavras, o desejo se manifesta no corpo da pessoa. Neste caso, o desejo foi tão intenso que a paciente exibia o abdome distendido e todos os sintomas relativos a uma gestação - isso se chama Pseudociese.
Mas em situações raras a psicose conversiva é partilhada pelo casal. Isto mesmo! O casal realiza consultas, exames e, ao receber informações contrárias ao seu desejo, elaboram uma fantasia mútua onde vêem, escutam e sentem. São capazes de ouvir os batimentos de um bebê que nunca existiu, sentir seus movimentos ao toque na barriga distendida, ter enjoos matinais. Tudo o que aconteceria numa gestação normal. A esta não frequente situação chamamos Folie des deux!
Espero que tenham apreciado a curiosa e surpreendente história.
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História muito interessante.
ResponderExcluirLi certa vez que a mente não diferencia entre o real e o que aceita como sugestão. É verdade?
Nesse caso, a mente, que governa o corpo, providenciou o quadro compatível com a existência do fenômeno real, partindo do imaginário que lhe foi sugerido