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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

FIBROMIALGIA: COMECE A ENTENDER ESSA SÍNDROME!

A Fibromialgia é caracterizada por dor difusa crônica envolvendo músculos, ossos, articulações e tendões. O padrão difuso e complexo desta síndrome sugere que os mecanismos neurofisiológicos centrais estejam envolvidos alterando a nocicepção e a modulação da dor. 

Além da disfunção do sistema do nervoso central, alterações  musculares e alterações histológicas são observadas nos diversos pontos dolorosos corpóreos. Nestes há maior quantidade de fibras musculares rôtas e contraídas, levando a fraqueza muscular e ao comprometimento da microcirculação. Isto causa isquemia e hipóxia tecidual, perpetuando o ciclo da dor.

O controle dos sintomas é difícil. Apenas 5% dos pacientes alcançam a regressão total dos mesmos por mais de 3 meses. Muitas vezes o tratamento farmacológico deve ser prolongado. Contudo, pode haver grande melhora e recuperação quando há o tratamento adequado, a reeducação dos hábitos individuais e a promoção de hábitos de vida saudáveis como a boa alimentação e exercícios periódicos alternados a adequados períodos de sono e repouso.

A Fibromialgia acomete mais o sexo feminino (7:1) e atinge 2 a 6% da população geral. Inicia-se na terceira década de vida mas é mais incidente entre os 40 aos 50 anos. Estima-se que a incidência possa ser ainda maior devido a dificuldade diagnóstica e a coleta de dados precisos sobre a doença.


Quadro Clínico

Os sintomas mais comuns são: Dor muscular difusa, pontos dolorosos (tender points), dor articular, rigidez matinal, cefaléia, parestesia, formigamento, ansiedade, cãibras, depressão, irritação, insônia, nervosismo, sono não restaurador, alteração da memória, pernas cansadas, intolerância térmica, apnéia do sono e dificuldade de concetração.

A Fibromialgia ainda é frequentemente associada a enxaqueca, cefaléia tensional, disfunção temporomandibular, xerostomia, síndrome do cólon irritável, xerostomia, dismenorréia e fadiga crônica.

Outras queixas ainda são freqüentes: formigmento e adormecimento de áreas corpóreas, dificuldades auditivas, visuais e vestibular, nistagmo, sintomas genitourinários, palpitação e congestão nasal. No entanto o maior número de sintomas não está associada diretamente a gravidade da Fibromialgia.

A diminuição da capacidade muscular funcional, da amplitude de movimentos e da capacidade aeróbia são outras características importantes da síndrome fibromiálgica.

São critérios obrigatórios ao diagnóstico:

  • Presença de sensibilidade dolorosa generelizada;
  • Dor ou rigidez em pontos corpóreos (3 ou mais);
  • Duração de 3 meses;
  • Ausência de lesões traumáticas ou patologias clínicas que causem o quadro álgico.


Alguns autores preconizam a presença de pelo menos 12 pontos dolorosos para o diagnóstico de Fibromialgia.

Já o Colégio Americano de Reumatologia segue os seguintes critérios desde 1990:
  • Dor difusa e bilateral por todo o corpo;
  • Presença de 11 de 18 pontos dolorosos à palpação ou ao uso de algômetro (4Kg/cm2).

O uso desses critérios confere ao diagnóstico clínico com 88% de sensibilidade e 85% de especificidade para Fibromialgia.

A seguir uma figura ilustrativa dos pontos dolorosos usados no diagnóstico:


Exames complementares

O diagnóstico de Fibromialgia é essencialmente clínico. Os exames complementares em geral são realizados para excluir outras causas da dor. O Eletroencelafograma pode evidenciar o sono alfa-delta (“sono não reaparador”).

Existem fatores que se associam, precipitam ou atenuam a doença. São eles:

Fatores associados

Alterações do sono, fadiga, depressão,sedentarismo, vício postural,fatores ambientais, dores miofasciais.

Fatores precipitantes ou agravantes

Infeção,sono não reparador, atividade física excessiva, sobrecarga muscular, fatores emocionais e grandes períodos em posturas inadequadas.

Fatores atenuantes

Calor, ambiente seco, sono restaurador, banhos quentes de imersão, atividade física moderada, alongamento.

Diagnóstico Diferencial

Sempre é fundamental descartar patologias que comumente causam dor e muitas vezes cursam com a Fibromialgia. Por exemplo:

  • Artrite inflamatória;
  • Artropatias;
  • Hipertiroidismo;
  • Depressão;
  • Hiperparatireoidismo;
  • Polimialgia reumática;
  • Tendinite multifocal.


Tratamentos

Múltiplas modalidades terapêuticas são necessárias. É freqüente a associação de analgésicos de diferentes tipos com  Acupuntura, Terapia de Pontos Gatilho, Fisioterapia, exercícios e mudanças nos hábitos de vida. O controle dos fatores predisponentes ou agravantes da Fibromialgia é essencial para obter melhores resultados clínicos.

Além do alívio da dor, deve se objetivar a recuperação funcional do paciente, a promoção da saúde mental e a correção dos distúrbios do sono e do humor. Antidepressivos, relaxantes musculares, anticovulsivantes  e anestésicos (locais ou sitêmicos) constituem os grupos medicamentosos mais utilizados na síndrome.

A terapia cognitiva comportamental pode ser de grande utilidade nos casos aonde o componente emocional da dor deve ser controlado.

Técnicas de meditação e relaxamento, massoterapia e psicoterapia são adjuvantes comprovadamente úteis no controle e manejo de síndromes dolorosas crônicas. Porém seu uso isolado nestes quadros é pouco eficaz quer a longo ou curto prazo.

"Antes de iniciar qualquer tratamento, procure um médico. Somente ele pode realizar o diagnóstico de Fibromialgia!"

Referência Bibliográfica

Sakata R K, Issy A M, Dor -Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da UNIFESP-EPM, 2 Ed, 2008.




3 comentários:

  1. Ai sei que tenho q tentar um profissional que me ajude, mas o sr acredita q estou chorando? Estou vendo praticamente todos os sintomas que sinto, nesse momento nao consigo dormir de dor, mas cada medico me diz algo diferente, inclusive minha irma é medica, eu ja fiz tratamento pra dor em todo corpo, desde problemas osseos, articulares e agora acham q tenho reumatismo, mas acontece que tenho tomado remedios potentes pra dor, q ja nao fazem efeito e o pior, me dao dores estomacais e irritação, mas ng sabe o que eu tenho, tenho mais de 1 ortopedista ja que sinto dores em varias partes do corpo, tenho neuro pra enxaqueca que muda de medicação a cada 3 meses e assim por diante, mas nada muda...gostaria de encontrar um profissional que ao menos cogita se esse problema sitado...Enfim, obrigada por divulgar

    abraço

    Fernanda

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  2. Minha fibromialgia é controlada. Há 1 ano atras tive uma crise que me deixou de cama por 3 meses. Fiz o bloqueio do nervo periferico e utilizaçao de remedios para dores'e dieta antioxidante e suplementos de vitaminas e sais minerais com nutricionista. Apos 5 meses ja sentia a diferença e apos 8 meses de tratamento do bloqueio tive alta e agora so uso medicacao e dieta antioxidante. Estou muito bem.

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  3. Fico muito feliz por tornar útil esse espaço para pessoas como vocês. Agradeço a participação e convido a novas contribuições...

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